segunda-feira, 16 de julho de 2012

A seus pés

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Este é um dos espaços virtuais mais interessantes que conheço. É para quem gosta de aprender com a diversidade e através dos saberes. Este projeto foi desenvolvido por engenheiros do ITA e possui legendas em português. MIT, Stanford, Harvard, Princeton, Berkeley, Columbia, UCLA a seus pés. É só entrar e conferir.
Mônica Z Rosa


Educare

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Aproveite.  Este portal é uma forma inteligente para você se manter informado.
Mônica Z Rosa

http://oglobo.globo.com/educacao

quinta-feira, 15 de março de 2012

Educação bancária

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Permita-me apresentar-vos a senhora Educação. Ainda que com E maiúsculo, não foi registrada, uma vez que o seu nascimento é uma utopia brasileira. Para começar, a educação brasileira, como dizem alguns, nasceu portuguesa, cheia de caprichos e rancorosa por não aceitar as novas metodologias de trabalho em uma ilha tropicalmente indígena. Os jesuítas até que tentaram, mas muitas cabeças ainda rolariam até que todos rezassem na cartilha portuguesa, e como todos é pronome indefinido, a história da nossa língua também foi ficando meio assim, meio assado, meio santa cruz, meio pau brasil...

Desse legado, minha gente, quase que eu faço um repente... mas, continunado, desse legado catequético até hoje pagamos o preço. A doce cartilha aculturada, perversa e má, como uma boa madrasta das histórias fantásticas de mocinhas e bruxas, ainda reina através dos exames nacionais, como os ENCEJAs, antes, e os,  agora, ENEMs...

Da independência ou morte, o que nos restou senão as peripécias de um fanfarrão regado ao calor dos trópicos? O Ministério da Educação, cumprindo exigências internacionais, criou programas para acelerar o Brasil desinformado, mas diplomado. Todo aluno do Ensino Médio ou Fundamental que não tenha frequentado os bancos escolares, em uma só tacada - ENEM - pode proclamar-se independente.

Resta-nos a morte da Educação pela sua própria espada. Os filhos da pátria amada e mãe gentil comem de forma edipiosa, todos os dias, durante horas e horas, cancerigenamente, miseravelmente, de forma infâme, espúria e inescrupulosa a mãe Educação, extirpando-lhe qualquer possibilidade de sobreviver à existência sem o estímulo pela busca do conhecimento através da curiosidade, da pesquisa, da leitura, do estudo e do senso crítico.

A Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro - SEEDUC RJ - diz querer modernizar a metodologia pedagógica do antigo CES - CEJA - SEJA, oferecendo aos professores mais trabalho, horas e horas de atendimento online, além do já presencial, afinal, ao MEC, o que interessa é a multiplicação dos pães, e isto tem a ver com números e não com qualidade.

A última grande crueldade da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro foi a GIDE - Gestão Integrada da Escola. Um sistema que transforma Escola em empresa e Diretor Pedagógico em Empresário,  o qual, a duras penas, deve - através de mágicas e truques mirabolantes - fazer com que a falência da Educação Pública do Estado do Rio de Janeiro seja transfomada em molde referencial de ensino e aprendizagem.

Estabelecendo metas pontuais para cada escola, a GIDE encurralou os diretores de escolas públicas através de seu sistema operacional único. A SEEDUC do Estado do Rio de Janeiro bonificou especificamente a todos os diretores das escolas públicas estaduais, a fim de que estes cumprissem de forma especial a missão que passaram a ter, que é a de, dentre outras coisas, fazer com que os professores cumpram e batam metas, a fim de que estas, uma vez alcançadas, representem a escola através de uma nota - IDERJ -  para que assim professores e pessoal de apoio sejam bonificados e, devidamente, recompensados...
 
Um dia eu disse a alguém que não trabalharia em banco porque não suportaria essa tal cobrança, diariamente estabelecida, de ter que bater metas para não ser hostilizado pela própria empresa e pelo grupo. Cá estou eu olhando os olhos perdidos da minha Diretora Escolar por não termos conseguido bater a meta estabelecida para a nossa escola, porque o IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - da escola é muito alto...

"E diga o verde louro desta flâmula"
Foda no futuro e foda no passado...
Mônica Rosa dBase 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

I look to you, Whitney

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Soul. Blues, Jazz. Ela era Elizabeth, tinha nome de rainha, mas preferiu ser Diva - Whitney Elizabeth Houston. Como tantas celebridades, Whitney há muitos anos já perdera a identidade de garota criada em New Jersey, sob o doutrinamento da igreja Batista. Sua voz que antes embalava e adoçava o coral gospel, em pouco tempo, encantaria o mundo, a mídia e os outros. Sartre dizia que “o inferno são os outros", e com Whitney não seria diferente.

Como uma tarântula que muda de pele na fase adulta, Whitney despiu-se da menina que cantava no coro da igreja para ser Whitney Houston, uma das vozes mais bonitas de todos os tempos; a artista feminina norte-americana que mais sucesso fez e que mais prêmios ganhou, segundo o Guinness World Records, pelo seu talento e voz inigualáveis. Sucesso e prestígio trouxeram também invasões à sua privacidade, especulações à sua vida afetiva e os velhos e malditos paparazzi.

Whitney largara a velha infância e definitivamente a mídia nunca mais a deixaria em paz, ou como ela quis, ela mesma nunca mais a deixaria em paz, sendo, ela mesma, a sua melhor amiga e a sua pior inimiga. O sucesso dos anos de 1980 e de 1990 não se confirmaria nos anos 2000, segundo a “mídia-index”. Whitney começara a perceber que fama e paz eram palavras antitéticas, e que ela precisava optar por uma delas.

Tentando voltar-se para as suas raízes, foi a Israel, orou, mostrou suas dores e feridas a Deus e a si mesma, mas a  mídia, que não é afoita a reservas e discrições, roubaria mais esta cena de sua vida.  Mais tarde, viria o veredicto: a mídia rasgara as suas vestes e veias, chicoteando-a no íntimo de suas angústias, dores e fraquezas. Mas Deus, como uma linda flor, a colheria. Voltou para casa, está agora em Seus braços, imersa como nas águas do Rio Jordão...

I look to you, Whitney...
I pray for you...
I cry for you…
I miss you…
Mônica Rosa dBase
http://www.youtube.com/watch?v=5Pze_mdbOK8&feature=related

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Atenção para a chamada

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olha o crédito aí no pé da imagem

Alunos de aluguel

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Os programas do governo federal -  FIES - Programa de Financiamento Estudantil e PROUNI - Programa Universidade para todos - de apoio ao estudante, bem como o Sistema de Seleção Unificada - SISU - são como certas empresas que alugam purficadores de água. O tempo todo que você estende a mão para matar a sua sede, alguma coisa lhe diz - esta água não é tão sua quanto você pensa... Dessa forma, a sua sede também pode não ser tão digna o quanto você se propõe a achar...

Não entimidado pela soberba máquina - mas já dominado pela humilhação de ter alugado um bem NATURAL - você até ensaia uma revolta, ameaça dar umas porradas naquela maquininha, mas - a tempo - lembra-se da lei Maria da Penha. Engole o resto de água que há no copo, puxa um mantra e volta para cama.

Incentivar o Ensino Superior - FIES - ou garantir uma vaga em universidade particular para aquele que assim a desejar, não qualifica o estudante por estar matriculado no ensino superior, apesar de muitas empresas, hoje, ainda trabalharem com a ideia de que basta estar matriculado neste ou naquele curso para conseguir determinada promoção na empresa. Este tipo de pensamento é pequeno, e não estimula o empreendedorismo, como muitos pensam, antes, desmerece aquele que mesmo sem curso superior entende - e muitas vezes, muito melhor - o e do assunto.

As faculdades privadas - exceto um número bem reduzido em todo o país - são rebocos de mais terra do que cimento. Falta a liga para a viga de sustentação, falta a BASE, a lage, o parâmetro de incidência e reflexão. Não se valoriza o ensino superior empurrando jovens carentes - em todos os sentidos - para as faculdades particulares. Incentivar e valorizar tem a ver com BASE, a velha e boa EDUCAÇÃO BÁSICA DE QUALIDADE, de uso tão clichezado e chicletado pelos ministérios e secretarias de educação.

Programas como o PROUNI e o FIES não podem ser vistos de forma isolada, ou seja, como soluções para o fracasso escolar da EDUCAÇÃO BÁSICA, até mesmo porque é importante que os alunos estejam mais próximos a oportunidades que os impulsionem a novas possibilidades e buscas, no entanto é curioso que a abrangência social de tais programas ganhe força, se confirme a partir de um demérito educacional. A questão é que a figura de linguagem  apresentada aqui como solução não é uma simples antítese, mas um metonímia e, por extensão, um paradoxo.

Não se cria fundos de investimentos sem valorizar o maior bem que toda criança da Educação infantil, do Ensino fundamental I e II ou do Ensino Médio pode ter - o seu professor, a sua professora. Se todo bom começo tem um bom professor, como quer a canção do Ministério da Educação, seria, no minimo, coerente que todo bom professor tivesse um bom começo.

Educação só dBase.

Mônica Rosa é pesquisadora dBase

dBase

charge_armas_escola
segue o crédito aí no pé da imagem